sexta-feira, novembro 06, 2009

Educação - Prática de Liberdade


Ler o texto de Paulo Freire é como ler um poema de amor aos homens e à educação. A beleza da simplicidade do interagir com os educandos-educadores, coloca a missão dos educadores-educando como algo digno, que pela situação atual da nossa classe, quase podemos nos considerar como oprimidos, sem voz e necessitados de termos um ser como ele para nos ajudar a recriar, a resignificar a nossa participação na sociedade. Poderíamos começar a abordar como tema-gerador o nosso papel na sociedade onde nos é imposto os conteúdos que precisamos desenvolver com nossos alunos, desenvolvendo um trabalho fora dos verdadeiros objetivos do que é a humanização da sociedade.

Ao elaborarmos o nosso trabalho através da busca junto aos alunos sobre a verdadeira leitura do mundo onde atuam, suas necessidades e seus anseios, estaremos dando o real significado da educação. Toda a bagagem que trazem para a escola permite que se criem fontes de inesgotável pesquisa e ao mesmo tempo constatação de como pode ser modificado a sua situação e ação sobre o mundo tanto para a sociedade que possui um esquema passível de transformação como para a natureza, de onde vem a nossa sobrevivência.

No momento que dialogamos e não expomos conteúdos pré-determinados estaremos sujeitos ao aprendizado de novos conhecimentos ao mesmo tempo em que estaremos transmitindo e permitindo que eles assimilem de maneira crítica o que falamos.

De acordo com Freire, será a humildade, a flexibilidade e a abertura para o novo que vai nos aproximar destas massas que por vezes não tomamos consciência que fazemos parte pois achamos que somos diferentes por que lemos mais alguns livros, falamos diferente deles, alcançamos outra posição social. Na verdade antes de agirmos junto a estes educandos precisamos fazer uma análise da nossa visão de mundo e verificar se estamos sendo opressores ou somos oprimidos. Aproveitando a comparação de Frei Beto, estamos vendo a uva como o trabalhador que planta e colhe ou a estamos vendo como os pássaros?

Trabalhar com temática significativa vai nos permitir analisar e compreender o seu pensamento em relação à realidade, a sua percepção da realidade e visão do mundo e através do diálogo e do trabalho permitir que reorganizem suas percepções e pensamentos para que venham a realmente promover a transformação da sua realidade.

FREIRE, Paulo. A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade. In: _____.Pedagogia do Oprimido. 40ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.p.89-101. http://www.pead.faced.ufrgs.br/sites/publico/eixo7/didatica/unidade2/temas_geradores/a_dialogicidade.pdf

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