sábado, maio 17, 2008

Tomada de posição

Após a aula do dia 14 de maio, tirei um tempo para pensar sobre a discussão levantada no início da aula.

Já por algumas vezes ocorre a queixa da falta de tempo para realizar as tarefas do curso e não questiono as razões de ninguém para isto tendo em vista que eu mesma por vezes me sinto da mesma maneira. Porém quando isto acontece me vem à memória o momento em que a professora nos colocou que o curso que fazíamos compreendia uma carga horária de 25 horas semanais. Se eu realmente me dedicasse estas 25 horas semanalmente com total dedicação provavelmente eu conseguiria ter todas as tarefas em dia e muito provavelmente conseguiria fazer muito mais leituras do eu faço.

O que acontece é que considerando a vida tumultuada que levamos de mães, esposas, donas de casa, mulheres e professoras de classes de crianças que exigem muito da nossa atenção, muitas vezes estabelecemos novas prioridades e esquecemos de lembrar nosso comprometimento das 25 horas semanais.

Concordo que nossa carga horária de professora não se limita somente às 44 horas semanais como reza o nosso contrato (pelo menos para quem trabalha com o CAT no Estado). Quarenta horas são gastas em sala de aula, junto com as crianças e usamos muito mais do que 4 horas por semana planejando aulas, elaborando materiais didáticos e organizando, corrigindo avaliações e emitindo pareceres das mesmas. Logicamente para isto terminamos utilizando parte do tempo que deveríamos nos dedicar às tarefas do curso.

Desta forma, concluo que se não temos tempo, se temos carga horária de sessenta horas por semana, se não conseguimos dar conta do recado, não é certo atribuirmos responsabilidades aos nossos professores pois aos ingressarmos no curso, assumimos todas as particularidades dele sabendo que era à distância e que iríamos economizar o tempo de transportes, o desconforto de ficarmos horas sentadas em sala de aula e talvez até aulas teóricas bastante enfadonhas e pouco assimiláveis mas não economizaríamos dedicação, trabalho e comprometimento.

quinta-feira, maio 15, 2008

Para pensar...

Eu tô aqui pra quê?
Será que é pra aprender?
Ou será que é pra sentar,me acomodar e obedecer?...
Manhê! Tirei dez na prova.
Me dei bem, tirei um cem,
quero ver quem me reprova.
Decorei toda a lição, não errei nenhuma questão.
Não aprendi nada de bom, mas tirei dez.
Quase tudo que aprendi,
amanhã já esqueci.
Decorei, copiei, memorizei, mas não entendi...

Gabriel - O Pensador 1999

domingo, maio 04, 2008

Sem palavras...só números....8x1

Ainda falando em socialização...

Assembléia dos alunos da Escola da Ponte


Voltando ao assunto da socialização gostaria de colocar a experiência que estou realizando em minha sala de aula.
Cada 15 dias estou levando um profissional de diferentes áreas para conversar com as crianças de 4ª série. São dias de expectativa para as crianças que possuem um espaço de convivência bastante restrito dentro de suas vilas e não têm oportunidade de contato com profissionas em uma conversa informal.
Já participaram deste debate uma advogada e um bancário estudante da Ufrgs em Ciências Atuariais. No próximo encontro será a vez de uma médica que trabalha entre outras coisas com adolescentes grávidas e em um projeto de controle da AIDS.
O mais interessante é a descontração que as crianças vão adquirindo perguntando coisas que saem na mídia e sentem vontade de compreender melhor as matérias. Além disto alguns assuntos de interesse pessoal que escutam esporadicamente e querem ter melhor conhecimento como pensão de pais para os filhos, se a polícia pode entrar em suas casas indiscriminadamente, sobre o que é estar com o nome limpo para crédito, o que é SPC, SERASA e alguns detalhes querendo saber por exemplo qual a disciplina mais necessária para esta ou aquela profissão. Procuram saber como era a vida destes profissionais quando estavam nos bancos escolares como eles.
Tem sido bastante gratificante este trabalho para mim pois logo que termina o trabalho com um profissional já querem saber qual o próximo que virá.
Além disto gostaria de deixar disponível uma entrevista com o idealizador da Escola da Ponte, José Francisco de Almeida Pacheco, que saiu na revista "Guia Prático para Professores do Ensino Fundamental I" do mes de maio. Escola da Ponte

Assisti uma palestra com o Professor Gabriel de Andrade Junqueira Filho, da área de Educação Infantil da Faculdade de Educação da UFRGS onde apresentou as ações desenvolvidas pela Escola da Ponte, localizada em Vila das Aves, Portugal, no que se refere ao trabalho com os anos iniciais do ensino fundamental. O professor fez um relato de seu convívio na escola no mes fevereiro e março, abordando aspectos como o planejamento e a avaliação do trabalho: seleção, articulação e avaliação dos conteúdos. Acho bastante atraente a proposta desta escola principalmente no que se refere a responsabilidade e a socialização da criança.

sábado, maio 03, 2008

Falando em socialização...


Ao ler o livro recomendado pela Profª Cida*, chamou-me a atenção, o capítulo 2 que fala sobre “A Socialização da Criança” e as contradições que as escolas executam ao colocar o aluno em classes individuais, de preferência trabalhando sozinhos. Devo mencionar que não é esta a minha forma de trabalhar, pelo contrário, meus alunos trabalham sempre com as mesas em grupos mesmo que estejam fazendo trabalhos individuais, pois nem sempre é possível avaliarmos somente com trabalhos em grupo. Bem, continuando, estes grupos vão se modificando no decorrer do ano. Às vezes, aleatoriamente e outras de forma dirigida. Acho essencial esta troca entre eles até porque nem sempre a linguagem do professor atinge todas as crianças e já notei que uma mesma explicação dada por mim, feita na linguagem de um colega obtém melhores resultados para algumas crianças. A aula se torna menos silenciosa? Realmente, porém com a minha experiência de ministrar aulas de forma tradicional e extremamente disciplinada no silêncio não pude comprovar melhores resultado e muito menos interação entre os alunos.

Sempre me preocupa, porém o fato das crianças trabalharem em grupos, jogando, discutindo e interagindo até completarem a 4ª série (atualmente ainda de 8 anos de ensino fundamental ) e quando passam a freqüentar as aulas de 5ª série perdem este ambiente de interação e passam a ter que trabalhar individualmente, sem trocas porque temos dois significados do que é ensinar em uma mesma escola. Tenho certeza que não acontece só na minha escola e muitas vezes me pergunto se estou certa na minha maneira de agir ou não?

Tenho forma de modificar isto ou não? Devo voltar ao método tradicional de transmitir conteúdos ou não?

*Estudos Sociais, Teoria e Prática >Antunes, Aracy do Rego; Menandro,Heloísa Fesch;Paganelli, Tomoko Iyda