Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Pedagogia Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Nome: Neusa Teresinha Dias Teixeira
Pólo: Alvorada
Atividade: 1
Escola, Cultura e Sociedade-Abordagem sociocultural e antropológica - A
Escola, Projeto Político Pedagógico e Currículo - A
Quem sou ?
Durante grande parte da minha existência achei que me conhecia, que sabia o que eu queria e o que eu não havia realizado.
Ser uma pessoa que me sentia responsável por tudo que acontecia de negativo a minha volta custou-me anos de minha vida e de minhas realizações.
Orientada por minha mãe, tornei-me professora e mãe, realizando desta forma o que ela havia sonhado para mim (ou para ela, não sei).Ao refletir sobre isto, imagino que não saberia fazer outra coisa...
Dediquei-me ao magistério com a organização da minha mãe e a ideologia de meu pai que como professor na época do tecnicismo, viajou pelo mundo em busca do aperfeiçoamento do ensino a nível técnico e profissionalizante.Ele sempre buscou o novo, esteve sempre em busca da “sua ilha desconhecida”.
Sem perceber dirigia o meu trabalho com o objetivo de inserir de forma adequada o educando na sociedade que necessariamente o receberia como mais um integrante.
Durante seis anos me afastei do magistério por conta de uma enorme perda e durante dois anos como monitora de crianças com múltiplas deficiências reaprendi o valor de viver e voltei ao magistério.
Neste tempo em que estive afastada passei por um conhecimento de mim mesma; como Dan Millman* quando ia ao posto de gasolina conversar com o velho Sócrates tentando descobrir o seu interior e potencialidades (no meu caso seria a capacidade de aprender, executar e criar).Tais coisas eu já vinha desenvolvendo no exercício da minha profissão com as minhas crianças e colegas e principalmente no meu exercício de mãe, esposa e amiga.
Muitas vezes sair de dentro de mim mesma e observar-me constatando que eu devia organizar os porões escuros e esquecidos da minha existência, era sofrido e exigia coragem e muita energia.Era preciso iluminá-los e organizá-los e quando conseguia me proporcionava muita paz, alegria e um enorme bem estar.
Sou extremamente crítica em relação ao meu trabalho, inquieta e passei a acreditar que ainda poderia ser muito produtiva nesta minha jornada de educadora.
Acredito realmente estar no momento ideal de buscar a melhor forma de colaborar para que nossas crianças atinjam a plenitude de seu desenvolvimento e como cidadãos conscientes possam contribuir para um futuro melhor para o meu estado, para o meu país.
Com muita segurança, humildade e serenidade, assumo que pouco sei e que muito quero saber sobre este novo mundo que se encontra em constante transformação.Neste momento da minha vida não posso deixar para trás minhas crenças e saberes, mas posso aperfeiçoá-los e selecioná-los para os unir a bagagem de conhecimentos e experiências que vou me apropriar, vivenciar para com isto encontrar a minha realização como profissional da educação.
Deixo, porém, um grande ponto de interrogação que me aflige: “Como executar um bom trabalho dentro de uma Escola, quando esta (direção, professores, funcionários e comunidade) não coloca a criança como o seu objetivo maior?”
*Dan Millman - O Caminho do Guerreiro Pacífico - Pensamento, 1992, São Paulo.
Crédito de imagem http://artalmalagues.no.sapo.pt/imagens/serenidade