domingo, abril 25, 2010

Vivência


Nesta semana, as atividades que eram oferecidas para os alunos, eram motivo para muitas conversas e debates na sala de aula. O desfecho da história de P. que narrei na postagem anterior afetou a todos e tanto eu como eles precisávamos conversar mais sobre o que estamos fazendo na Escola. Foram importantes estes momentos onde participamos mais da vida uns dos outros e tivemos oportunidade de passar a nos respeitar mais.

A Carta de 2070” deixou-os também bastante preocupados e o trabalho a partir da leitura impressa permitiu que eles a analisassem com mais cuidado e compreensão. Fiquei bastante satisfeita com as conclusões que chegaram até o momento.

E então...


“Professora, a última vez que eu vi ele...Bah! Ele sentado, a perna que ele levou o tiro, a bala estava lá dentro ainda e era uma ferida só. Ele estava com o rosto todo machucado de apanhar. Ele tava na “pedra”(crack). As moscas ficavam rondando em volta dele. Terminou que mataram ele porque devia e atiraram o corpo dele no rio”. Esta foi a descrição que L.V.C.M.(10 anos) fez de um aluno que esteve comigo durante três anos, pois além de todos as adversidades que sofria como a perda da mãe, o pai violento, a miséria e a falta de perspectiva, tinha sério problema de déficit de atenção. Sem contar que a Escola não possuía ou não se interessava em dar qualquer apoio pedagógico para alunos com problemas de aprendizagem.

Volto a me perguntar, qual é o meu papel na vida destas crianças? Certa vez li em um artigo, a seguinte questão: "Como criar consciência de preservação do meio ambiente nas comunidades carentes onde a maior preocupação é a sobrevivência? Cuidar para que a casa não seja destruída em um temporal mais forte e torcer para que a pessoa que se encontra doente consiga sobreviver até a consulta marcada para daqui a um ano se realize?"

Perguntas? O que as crianças querem saber? Pelo quê, eles têm curiosidade?

sábado, abril 17, 2010

Onde foi que eu errei?

Ao retomar a semana de estágio percebo que lecionar tem sido travar uma constante batalha em busca de condições de trabalho adequadas ao que acredito como ideal. Além disto, lidar com frustrações como aconteceu num destes dias.

Encontrei um ex-aluno meu na hora do recreio. Ao tentar conversar com ele, percebi que ele me olhava como se eu fosse inimiga dele. Muitas vezes me pergunto se o trabalho que realizo é suficiente ou correto, pois se torna muito desgastante para eu receber notícias de alunos que passaram por mim, estarem presos no presídio central ou até mesmos mortos por assassinatos. Sem contar aqueles que agora são os chefes dos pontos de tráfico.

Sinto-me como uma mãe que se pergunta: “Onde foi que eu errei?”

domingo, abril 11, 2010

Elaboração do projeto do estágio

Ao elaborar o projeto do estágio surgiram muitas dúvidas.
Como conciliar conteúdos exigidos pela escola com assuntos do interesse do aluno e que sejam da vivência e da experiência vividas por eles. Tudo isto exige uma reflexão maior em torno das suas vivências e interesses deles. É possível? É claro. Evidentemente precisamos nos concentrar de uma maneira mais ampla nas suas realidades e anseios. No fundo todos eles querem saber de tudo, apenas não possuem um real estímulo para este caminho. Precisamos de certa forma sermos os seus norteadores e oferecer possibilidades para que determinem seus interesses.
Na verdade tenha a impressão que o nosso planejamento deve ser aberto e flexível para que no decorrer do tempo possamos adequar aos seus reais interesses.
Existe também a dificuldade como já havia comentado em uma postagem anterior a questão da avaliação. Tomei a liberdade de solicitar que eles registrem as suas descobertas em uma página aberta para cada um para que eu possa além do acompanhamento da observação, acompanhar como eles se descobrem aprendendo. Também estou providenciando para utilizar a auto-avaliação como um componente da avaliação final. Não estou ainda satisfeita e continuo buscando me aprofundar mais na avaliação inclusiva e apreciativa para utilizar neste projeto. Leituras efetuadas no semestre passado e em outras fontes que estou buscando tem me ajudado muito. Uma delas é a Revista Pátio da Artmed que possui artigos ótimos sobre o assunto e sobre educação e tecnologias na educação.

sexta-feira, abril 09, 2010

Encontro com supervisores

Após o encontro com os supervisores de estágio no dia 7/04 (quarta-feira), as preocupações e inquietações sobre o trabalho a ser desenvolvido aumentaram. Tudo normal. É para ser um momento de tranquilidade aplicarmos o que aprendemos durante estes 3 anos e meio. Entretanto sei que tudo o que se refere a seres humanos e a influência que temos sobre eles, além da responsabilidade das sementes que plantamos em suas vidas exigem de nós estas preocupações.

Tranquilizador é saber que contamos com o apoio das professoras e tutoras empenhadas que tenhamos um período calmo, criativo e produtivo neste estágio.

sábado, abril 03, 2010

Preocupações



Estou tentando me adaptar ao trabalho que está sendo sugerido neste período de estágio da faculdade.

Ousar, experimentar, criar. Aparentemente parece muito fácil, porém ao mesmo tempo exige um compromisso em relação ao processo de aprendizagem de nossos alunos. Preciso focar constantemente o que eu espero acrescentar no desenvolvimento deles, na capacidade de busca de conhecimento que desenvolverão e principalmente no interesse que precisarão demonstrar pelo tema abordado para que realmente aconteça esta aprendizagem e esta busca.

Ao mesmo tempo corro contra o tempo para colocar as máquinas do laboratório em condições para as buscas e elaboração de trabalhos e conclusões que alcançarem.

Respirar fundo e acreditar. E continua a luta. Afinal sou privilegiada pois tenho uma turma ótima, uma direção de escola que me apóia integralmente e uma equipe no curso que acredita em mim e está pronta para auxiliar no que for necessário. Melhor que isto só “dois isto”.

sexta-feira, abril 02, 2010

Exposição "Eu, Porto Alegre"

Dia 31/03 (quarta-feira) fomos visitar a exposição "Eu, Porto Alegre".
Foi um passeio inesquecível para as crianças. Ficaram fascinados com os recursos e os resultados possíveis com as tecnologias disponíveis para todos.