domingo, agosto 30, 2009

Alfabetização.Como?

Com bastante satisfação tomei conhecimento do conteúdo abordado na interdisciplina “Linguagem e Educação”. Como professora de uma classe de alfabetização sempre me questiono o quanto devemos achar que todos as crianças são capazes de alfabetizarem-se em um prazo igual para todos. Muitas vezes passa-me a impressão que os pedagogos responsáveis por certos métodos e programas, nunca estiveram em uma sala de aula de um bairro pobre de periferia.

Ao olharmos vídeos de projetos já podemos notar grandes diferenças como número de alunos, condições de vestimentas que demonstram os cuidados que estas crianças tem por parte dos seus pais, espaço físico e material disponível. Isto seria apenas a primeira impressão. Ao analisarmos mais a fundo podemos pensar na bagagem destas crianças trazidas de suas experiências e vivências. Difícil pensar que uma criança que jamais pegou um livro de histórias ou rabiscou um papel, poderá ter o mesmo rendimento que uma criança que ouve histórias de sua mãe, convive com adultos que tem o hábito da leitura e costuma ter contato com papéis, figuras, tesourinha, lápis de cor ou até mesmo que frequentou escolinhas. Aí já começam as dificuldades. Ao chegarmos a agosto, temos crianças que estão decodificando sinais com ensaio para a leitura, formam frases oralmente e tentam através de hipóteses escrevê-las enquanto outros pelos mais diversos motivos ainda não conseguem pintar dentro dos limites, não têm ainda segurança para cortar papéis, usar a cola, escrever dentro de uma linha e até mesmo escrever o próprio nome. Somos incompetentes? Não aplicamos o método de forma correta? Angústias que nos inquietam ao aproximar o final de ano, ocasião em que nenhuma criança poderá ficar detida no 1º ano e será promovida sem um mínimo de condições para prosseguir a sua alfabetização.